16 de dezembro de 2008

Um beijo e um queijo
Um beijo, goiabada.
Dois beijos, Romeu e Julieta.

11 de dezembro de 2008

Hoje quero tudo que hoje pode me dar.

Hoje quero tudo que
hoje pode me dar

hoje quero a noite,
as bruxas voando em vassouras
versos pequenos e secos de poções
com cenouras,fábulas, tomates,
e
mais água no meu feijão

hoje crio a cobra que
me envenena.
que me faz doer

E eu grito,
até pelo simples motivo de gritar,
de rachar. eu me abro.

(um pequeno espetáculo de me ver por dentro,pela garganta,
o que há atrás do meu sino)

hoje, ao mesmo tempo,
crio a cobra que me cura.

Hoje eu não quero
nada mais que
vinho, chocolate e
motel.

não, não quero
figas por mim.

hoje quero ter a possibilidade
de morrer

e não querer.

8 de dezembro de 2008

No Bar

No bar um bêbado uma vez me disse:

"De todos os times que disputam o campeonato brasileiro, 10 são paulistas e 1 é campeão"


Nada mais certo...

7 de dezembro de 2008

Dois Futebóis

O são paulo é mais uma máquina de repressão burguesa, de tendência ultra direitosa e coligada com a esquerda canhoteira. Jorge Wagner, por exemplo. A esquerda é dele.

Um Futebol

Os condomínios fechados
os carros do ano,
do patrões
exibem orgulhosamente
a bandeira do São Paulo Futebol Clube.

Para Waler.

“- O que é que você quer ser quando crescer?

- Poeta polifônico.”





Esse é o poema chamado “Desejo & Ecolalia”, publicado no livro “Algaravias” em 1996 por Waly Salomão. A polifonia poética nos foi apresentada, creio que pela primeira vez, pelo Mário de Andrade lá no seu “Prefácio Interessantíssimo” em 1921.

Para Mário de Andrade, o verso polifônico seria o oposto do verso melódico: “A poética está muito mais atrasada que a música. Esta abandonou, talvez mesmo antes do século 8, o regime da melodia quando muito oitavada, para enriquecer-se com os infinitos recursos da harmonia. A poética, com rara exceção até meados do século 19 francês, foi essencialmente melódica. Chamo de verso melódico o mesmo que melodia musical: arabesco de vozes (sons) consecutivas, contendo pensamento inteligível. Ora, si em vez de unicamente usar versos melódicos horizontais (...) fizermos que se sigam palavras sem ligação imediata entre si: estas palavras, pelo fato mesmo de se não seguirem intelectual, gramaticalmente, se sobrepõem umas às outras, para a nossa sensação, formando não mais melodias, mas harmonias. (...) Mas, si em vez de usar só palavras soltas, uso frases soltas: mesma sensação de superposição, não já de palavras (notas) mas de frases (melodias). Portanto: polifonia poética.”



Extraído de http://www.cronopios.com.br/site/ensaios.asp?id=3693