Se possível, saio de casa
e encaro a rua
com um livro.
Como quem entra numa festa armado
com um cigarro na boca,
o meu livro
acendo na minha mão.
Carrego como se portasse uma senha
um bilhete,
um alvo.
E em cada balcão, mesa, chão ou mão
que meu livro se abre
quem é lido
sou sempre eu.
15 de dezembro de 2009
O sal de tuas lágrimas arde na minha ferida aberta
A minha pele que sente muito mais.
Mais do eu deveria
Mais do que poderia sentir
tempos atrás.
Agora preciso viver
Tudo o que minha pele quer.
Não serão outras peles? Não!
Só quero sentir o frio
E o calor
De transpirar meu sal que escorreu
Pra valer a dor
Que senti
Quando tive o teu.
A minha pele que sente muito mais.
Mais do eu deveria
Mais do que poderia sentir
tempos atrás.
Agora preciso viver
Tudo o que minha pele quer.
Não serão outras peles? Não!
Só quero sentir o frio
E o calor
De transpirar meu sal que escorreu
Pra valer a dor
Que senti
Quando tive o teu.
11 de dezembro de 2009
I
Cansei de escrever uma linha e apagar duas.
De pensar no que poderia vir depois.
E nunca vem.
Como um atraso silencioso
Dum trem
Que nunca ouvi passar.
E pelas pontas que já ficaram,
Com pregos tortos eu fecho a minha mão.
II
Não. Agora não.
Dessa vez a boca se encheu de pulmão:
- Só saio daqui quando eu pintar os olhos do papel de
negras
L
Á
G
R
I
MAS
e o torto borrão exposto
(caminho que a tristeza faz questão de gravar no rosto)
me fizer rimar amor com dor!
III
Já é tarde.
O papel
me responde de uma vez só (FURIOSO!!) tudo o que eu poderia escrever:
(um pálido sorriso).tudo vazio.
Nada. Nada. Nada.
-Me desculpe, não é pessoal...
É que teu vazio é tão normal...
-Me desculpe, não é, pessoal??!!!!
IV
(Penso em agressão
Em revidar o verso
Do revide que levei.)
V
Mas como, se sua palidez é fruto do meu NÃO,
Do inerte movimento da borracha
rasgando as possibilidades
desse poema
ser a minha maior criação?
Cansei de escrever uma linha e apagar duas.
De pensar no que poderia vir depois.
E nunca vem.
Como um atraso silencioso
Dum trem
Que nunca ouvi passar.
E pelas pontas que já ficaram,
Com pregos tortos eu fecho a minha mão.
II
Não. Agora não.
Dessa vez a boca se encheu de pulmão:
- Só saio daqui quando eu pintar os olhos do papel de
negras
L
Á
G
R
I
MAS
e o torto borrão exposto
(caminho que a tristeza faz questão de gravar no rosto)
me fizer rimar amor com dor!
III
Já é tarde.
O papel
me responde de uma vez só (FURIOSO!!) tudo o que eu poderia escrever:
(um pálido sorriso).tudo vazio.
Nada. Nada. Nada.
-Me desculpe, não é pessoal...
É que teu vazio é tão normal...
-Me desculpe, não é, pessoal??!!!!
IV
(Penso em agressão
Em revidar o verso
Do revide que levei.)
V
Mas como, se sua palidez é fruto do meu NÃO,
Do inerte movimento da borracha
rasgando as possibilidades
desse poema
ser a minha maior criação?
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