31 de agosto de 2008
A música do rádio
28 de agosto de 2008
Outros Usados
Quisera eu acreditar que não fui usado
Quisera eu acreditar que não sou mais outro
Quisera eu acreditar que eu não sou mais aquele...
Quisera eu perceber que não vivo mais na função
De alguém que não era eu, sem eu, porém alguém
Que de tanto se ocultar acabou por tornar são
Das coisas quiçá oferecidas à outrem
Me sentindo assim percebo, que nada daquilo dantes notado
Fazia mudar a ordem certa, em situações onde a ordem era a regra
De adestrado me tornei adestrante, de espectador me tornei protagonista,
de amado me tornei amante... Mas o vazio permanece, maior do que nunca
Que adianta continuar a representar mesmo sabendo que a farsa é passageira
e que de tão passageira se torna casual, que casual é a palavra do momento
Descompassada, descompromissante e descompromissada.
Escolhas nem sempre são sinceras, mas de mentiras tão sinceras seduzem,
e que no fim se resumem a um mesmo fim...
19 de agosto de 2008
Ela realmente entrou pela janela do banheiro.
espalhada pelos azulejos
com pentelhos e bigodes na mesma mão,
ficou dançando,
(como quem sabe dançar)
sem saber que estava dançando.
Ninguém me contou
eu vi.
depois levantou
Depois foi embora.
Depois...
É, depois eu não sei o que ela fez
Eu precisava dela pra saber o final.
16 de agosto de 2008
Louco Pensamento... (ou Aquilo que Atormenta)
Em 18 de novembro de 2005
No Descompasso
"As Grandes Coisas devem antes usar máscaras assustadoras afim de se fincarem nos corações dos homens"
29 de janeiro de 2006
Bilingüe (minha boca na tua)
pra tu
tchu
tchu iu
fór mi
fór ti
pra ti.
um té
um tea
um ti
uam tchu tri.
tri
tree (tri)
bi (tchu)
be (é)
bé
tchu bé
bé
a
bá,
né?
Ultima desse ano.
Meu é mim.
Mim quem sou?
O meu que falo
Esbraveja
Quando entra sem pedir
Que é sua
O corpo dela
É ela
Aquela que é seu
Que tenta ser eu
Mim não deixa
Mim é meu
E não dela
Mas ela
Na dela
Me escalpela
Me lembra
De quem sou eu.
15 de agosto de 2008
A arte da repressão
Serão três grandes árvores.
Viverão abraçadas e terão que se amar, por força, pelo inevitável ou por conveniência, por todo sempre.

Provocação estética
A conversa congela. Ele diria algo profundamente espirituoso e interessante, mas pelas caretas está espantado. Diriam que vem algo ainda melhor.
- Tá ouvindo?
- Ouvindo o que?
- Ouvindo o barulhinho, tein, tein, tein. Forte e ritmado. Presta atenção.
A coisa ficou mística num estalo, e Dostoiévski não teve nada a ver com isso. Ficaria talvez até aborrecido, por se tratar de um russo e pela falta de solenidade do corte seco que sua obra mais importante levara.
- Que barulho, velho? Do que está falando?
Sobrava pouca credibilidade, teria que aproveitar bem o último acorde...
- Meu coracão, meu caro! Meu coração! Começou a funcionar de novo! Tou te dizendo, acho que estou apaixonado.
- Ahhh, vá se fuder. Tou indo nessa.
Entre três ou quatro
Porém me desfaço, despedaço ou desinteresso. Ainda que meu pedaço seja feito de aço nunca antes despeço.
Uma tacada, uma tragada, uma trepada.
Ouvi-la dizendo aquelas palavras duras me lembrou quem era justamente no mesmo instante.
Um gole, um torpe, um dote.
A reação mais insensata apareceu nos momentos mais incertos. Lembro que ainda deixo de esquecer o que fui, quando estava ainda, lá.
Vou voltar, vou lembrar, vou esquecer.
E assim a coisa se segue da mesma forma que planejei, mesmo sem ter planejado.
Um trocado, um recado, um regato.
Não me restam muito o que pensar, ainda tenho motivo e idéia. Mas nada é comparável a aquilo que se passa, ou trespassa.
Uma dança, uma lança, uma criança.
Volto até lá, um dia, uma hora. Um dia, quando tudo acabar você ainda estará lá, prestes a me derrubar. Coisas da Vida.
Uma passada, uma mudada, uma rodada.
Existem oito chances, de por um fim. Sobrevivi a sete, não tô disposto a conhecer a última chance.
O mundo dá voltas, adoidado! Quem eu vejo na mesa do lado, outrora dividiu um cigarro, um espaço, um alento.
À luz, que reluz e seduz.
Assim a memória, a mãe de todas as lembranças plausíveis me lembra de mais essa do qual julgava esquecer.
Vivo, vivaz, perspicaz, loquaz.
FuncioNADA
Prefiro curtir minha tosse crônica de cachorro do que sofrer do mal que acomete os incautos, a certeza de ter conquistado algo ou alguém.
E praquele que ousar dizer que já passou pela mesma situação, sou obrigado a discordar porque isso não é mais um dos males mundanos é reflexo de toda uma geração que acha que sofre, acha que ama e acha que tá escrevendo alguma coisa.
No fundo quem é o idiota sou eu, em aceitar tudo isso desse jeito pré-determinado e subentendido. Vão-se os anéis, ficam-se os dedos! Como se ainda ligasse pra alguma coisa...
Isso ainda vai me arrastar pra ruína, pra decadência, pra tudo aquilo que não existe de bom ou seguro. Porque é isso que sem métrica, nem ética, muito menos poética assim a coisa se torna ao menos épica.
Não pensando, lutando ou agindo. A coisa coisa coisando.
Vivendo, meditando, meditativo, altivo seria se fosse reflexivo.
Pensar ou agir ou pensar ou dizer ou escrever. O tempo passa, mas não passaria se fosse passado.
Ouvir ou sentir ou ainda agir dizendo.
Kerouac
11 de agosto de 2008
quem morreu hoje há tempos atrás?
de um lado pro outro
pra baixo também.
aquela sua pata-quase-pé (por que não?)
escorrega no chão
da casa.
piso de madeira.
o macaco não gosta.
suas unhas fazem plac, plac,plac.
o gato chega.
não faz nada.
gatos nunca fazem nada
gatos deixam os idiotas enlouquecerem, pensando nas coisas que eles nunca vão fazer
Aqueles que não aguentam o silêncio.
Aqueles que não podem andar de madrugada.
porque suas patas também fazem plac,plac,plac
tá
cheio lá
dentro.
peixes
não se sabe quem morreu primeiro.
peixe, macaco ou gato.
peixes morrem como uma cena de comédia.
gatos morrem como uma cena de Sófocles.
macacos pulam pro céu.
descobrem que não existe nada lá em cima
e morrem na queda.
Bodegón con aves muertas y mono. Parra Piquer.
10 de agosto de 2008
9 de agosto de 2008
Restaurante
Não tenho direito á você.
Por isso que continuo vindo aqui.
8 de agosto de 2008
I
O
e
ae
?
FANHO faro fino
COM
ia
na corrida
pêéfão
dificil de engolir
SUA SUA
- Nem tanto Nem á pau que vou comer isso!
- É sua ainda
- Quando me der
- Não vou aceitar.
Nem fodendo.
ROUPA
que tiro
de cabeça pra baixo
pra cima.
DE
"Língua entre os dentes
boca fechada
um som estranho
na barriga. Característico"
BANHO
Num banheiro
que tenha tapete.
Senão não dá
7 de agosto de 2008
II
nem pra agora
nem pra amanha
desculpem amigos, mas nao dá
meus dedos erram esse vazio vide verso
que enche meu coração.