17 de novembro de 2010

Entre(lugar)

Sempre passava por ali, por alguma estranha razão qualquer, naquele período da tarde. E sempre pelos mesmos motivos permanecia, fatalmente até a hora da troca de turno daquele setor. Cotidianamente, após um certo horário, o senhor dava lugar a uma jovem, que pouco fazia e menos ainda falava. Naqueles instantes, pensava em entabular um diálogo, porém aquele pouco fazer lhe intimidava. No fim, não fazia nada.

Ela chegava e se sentava, colocava os óculos e passava a ler o que tinha mais à mão. A seguir conversava com alguém, que invariavelmente também fica por ali. Mas só conseguia presenciar as coisas até esse ponto, como um filme interrompido pela metade. Um rápido olhar pelo relógio já denunciava seus afazeres por concluir.

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