Quisera eu acreditar que não fui usado
Quisera eu acreditar que não sou mais outro
Quisera eu acreditar que eu não sou mais aquele...
Quisera eu perceber que não vivo mais na função
De alguém que não era eu, sem eu, porém alguém
Que de tanto se ocultar acabou por tornar são
Das coisas quiçá oferecidas à outrem
Me sentindo assim percebo, que nada daquilo dantes notado
Fazia mudar a ordem certa, em situações onde a ordem era a regra
De adestrado me tornei adestrante, de espectador me tornei protagonista,
de amado me tornei amante... Mas o vazio permanece, maior do que nunca
Que adianta continuar a representar mesmo sabendo que a farsa é passageira
e que de tão passageira se torna casual, que casual é a palavra do momento
Descompassada, descompromissante e descompromissada.
Escolhas nem sempre são sinceras, mas de mentiras tão sinceras seduzem,
e que no fim se resumem a um mesmo fim...
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