(...)
A conversa congela. Ele diria algo profundamente espirituoso e interessante, mas pelas caretas está espantado. Diriam que vem algo ainda melhor.
- Tá ouvindo?
- Ouvindo o que?
- Ouvindo o barulhinho, tein, tein, tein. Forte e ritmado. Presta atenção.
A coisa ficou mística num estalo, e Dostoiévski não teve nada a ver com isso. Ficaria talvez até aborrecido, por se tratar de um russo e pela falta de solenidade do corte seco que sua obra mais importante levara.
- Que barulho, velho? Do que está falando?
Sobrava pouca credibilidade, teria que aproveitar bem o último acorde...
- Meu coracão, meu caro! Meu coração! Começou a funcionar de novo! Tou te dizendo, acho que estou apaixonado.
- Ahhh, vá se fuder. Tou indo nessa.
15 de agosto de 2008
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há, fatos que ocorrem no cotidiano. *-*
ResponderExcluirque a música não pare de tocar, intensamente.