24 de junho de 2009

Insônia...

Dormir, era o que ele queria. Porém ouvia latidos a distância, ininterruptos, constantes, de um animal adulto talvez, a julgar pelo som grave. No fundo não entendia nada de cachorros, mas sabia que aquilo incomodava, e isso era tudo. Além disso, havia o vento com chuva, ou seria chuva com vento? Que açoitava incessantemente a janela, outro barulho, outra distração. Pra completar, ainda havia a própria respiração! Queria sumir, mas achava que até nisso haveria barulho em algum momento.
Já não se lembrava da última vez que conseguiu enfim dormir tranquilo, se é que isso existe. Dormir tranquilo no sentido de ter uma hora fixa para enfim dizer “agora vou dormir” ou então “essa é a hora de deitar, boa noite!”. Não, seus dias tem sido intercalados com leituras até altas horas, quando não uma aventura dentro de uma filosofia de buteco, dessas que ou se presencia ou se cria mesmo não estando num, preferiria a última, por via das dúvidas. Assim resumiam-se suas noites, ao menos as últimas. E ainda achava que isso seria bom, do ponto de vista da escrita, mas ainda assim havia quem dissesse que aquilo fazia mal a pele.

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