19 de junho de 2009

O que me cerca

Nesse exato momento, um quarto com coisas velhas e outras nem tanto velhas porém desorganizadas. Parece que um tornado extra-tropical passou por aqui, quiçá um acampamento de guerra ou coisa do gênero. Papéis espalhados, roupas, calçados, coisas, dinheiros, documentos, aparelhos, fones de ouvido, cinzeiros tomados emprestados de boates, coleções incompletas, recordações de momentos bons, bilhetinhos, resquícios de xícaras de café, tubos com materiais subversivos, músicas de artistas falidos ou não, pra falar o mínimo. As únicas coisas que aqui seguem uma certa organização nesse espaço são os livros, os que estão na caixa blindada e aqueles que repousam sobre a prateleira empoeirada, livros sobre viagens, sobretudo. Diários sobre viajantes, profetas falidos, contos indecorosos, situações do cotidiano, bíblias profanas, dicionários alternativos, gramáticas não-patrícias, obras sobre transposição cultural. É um mosaico interessante, pra falar o mínimo desse lugar que também abriga uma cama, alguns cobertores e uma pessoa que invariavelmente habita esse espaço nem que seja para dormir, tomar um café (como nesse momento), ouvir uma música de qualidade na companhia de seus amigos (que são imaginários, a grande maioria) e ainda, desfrutar de um belíssimo conhaque, oferecido pelo bar. O bar esteve mais bem servido anos atrás, porém, aos poucos seus clientes foram embora devido à crise econômica, mas há planos de se implantar um coffee shop, plano antigo, é verdade, mas que ainda não saiu do papel.

Um comentário:

  1. Boa, Ratito.
    A velha casa se alegra com tua volta, meu velho.
    Espero que não se importem, troquei alguns móveis de lugar, a cor das cortinas...
    Grande abraço.

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