1 de setembro de 2009

O desdito, o maldito, o bastardo

Simplesmente não consigo entender porque as idéias pra texto me surgem no exato momento em que estou andando. Verdade, o pior é que eu penso que vou lembrar pra escrever, e logo penso "não, eu vou lembrar" e não lembro. O foda é que minha mente doentia já não consegue mais guardar as coisas por tempo longo, demasiado longo. E mesmo que sejam apenas minutos, eles se convertem em horas... E continuo sem lembrar do que era.
Agora já esqueci do que ia escrever quando comecei esse texto. Era sobre a lembrança de algo, isto é fato, mas qual seria? Se já tinha uma vontade de lembrar, isso acabou de se converter em obcessão, por querer lembrar daquilo que pensava em escrever, talvez fosse mais uma besteira, ou não, não importa, já era, essa idéia é natimorta, é a festa da menina morta.
O que eu consigo lembrar desse insight infeliz é que passava na frente do CED, ali na UFSC mesmo. Atravessei a rua, e nesse processo todo pensei em algo, talvez com toda certeza, sobre aquilo. Ou então, tinha visto alguém ou algo que sem sombra de dúvida colocou essa mente pensante alucinada a pensar na própria existência do pensar (no fundo, eu ficaria com essa). O que mais angustia é que a todo momento eu vou conseguir lembrar o que era, só que isso é tão remoto, tão impossível, quanto a possibilidade desse texto causar alguma repercussão por aqui.
No fundo nem queria saber o que tava pensando, queria mesmo era concluir meu texto com a idéia original e pronto. E não raro esse, que a falta de memória me impõe nessa 5a feira de agosto. Talvez seja essa a mesma tortura de quem ama quem nunca existiu... e que não sabe nem o nome, ou o tom exato da voz. Exagerei, mas foda-se, ainda não consegui lembrar do meu tema. Talvez nem consiga mesmo.

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