14 de setembro de 2009

Delírios suburbanos - parte 1

Num momento estava metido numa trama fantástica que envolvia drogas, sexo e rock 'n roll. Acontece que não era só isso. Não sabia nem onde estava quando acordou, olhou em volta, tudo escuro. Tateando, conseguiu descobrir uma superfície metálica ao seu redor. Um porta-malas.
Forçou a porta tentando abrir, e nada. Nisso ouve do lado de fora um barulho de chaves se aproximando. O coração dispara, o que seria? Um sequestro? Mal se lembrou de um bar, e enquanto conversava com aquela loira, apagou. E aí já era. A porta abriu, a claridade cegou e aos poucos, antes que pudesse falar viu o gesto de uma pessoa com um capuz lhe fazendo um sinal para levantar, obecedeu e concordando foi andando. Era uma garagem com paredes brancas, o carro aonde vinha era um Galaxy preto, agora fazia sentido o tamanho do porta-malas, imenso. O do capuz lhe indicou para ir andando, à direita tinha uma porta. Entrou.
Se deu conta de que estava num motel, a julgar pela luz vermelha nas laterais da parede na parte mais alta, quase no teto, a banheira de hidromassagem e os produtos pornôs dispostos a venda ao lado da porta. Ao entrar, viu dois outros de encapuzados abrindo com uma chave phillips uma televisão da suíte, desmontando, literalmente. Havia música, no rádio tocava alguma black music que desconhecia. Música de motel. Notou que haviam retirado toda e qualquer referência que desse a entender o nome do motel e assim a localização aproximada. Tentava identificar e não conseguia, jamais havia estado ali. Sabia que não lhe aconteceria nada, caso não esboçasse qualquer resistência. Assim ficou.
Os da televisão retiravam a caixa de trás, e dentro da tv, começavam a colocar pequenos pacotes. Eram muitos pequenos pacotes. Pacotes brancos, com fita crepe, sem dúvida era cocaína. Só então, ouviu um deles:
- Quanto tempo?
- Trinta. - apontando para o relógio.
Se perguntou se era o tempo que estavam ali, o que lhe restavam no lugar, se era algo que faltava para o combinado,ou ainda se era o seu tempo de vida. No fim era isso mesmo. Tornaram a fechar a televisão e a colocaram exatamente no mesmo lugar. Tinham inclusive a foto do lugar exato da televisão para evitar que desconfiassem de algo, agiam com luvas. Aquele que lhe abriu o porta-malas fez um sinal para ele voltar, ele voltou e logo o escuro. Minutos depois ouviu as outras duas portas fecharem e uma porta grande abrindo. O carro arrancou.

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